mercredi 23 avril 2014

Em clima de despedida

Oi, gente!

Bem, esta chegando a hora! Sabado pego o trem pra Paris, minha nova casa (apesar de ainda não ter realmente uma casa). As aulas em Lyon acabaram no fim de Março e desde então, fiquei por aqui, procurando estagio, mas sem fazer muito, na verdade. Segundo o Bruno, planejando a janta do dia.
Mas, bom. A procura deu certo (yaaay!), e consegui um estagio em Paris, na SNCF, principal empresa de transportes francesa. Começo segunda e estou muito animada! Primeiro emprego, nova cidade, recomeçando.
Por isso, acho que é uma boa hora pra uma retrospectiva dos ultimos oito meses. Cheguei, na primeira viagem realmente sozinha, pra uma experiência que ia, desculpa pelo clichê, mudar minha vida. Os preparativos ja foram a primeira mudança. Ir atras de bolsa, casa, visto, do intercâmbio propriamente dito. Apesar de a Poli facilitar, e muito, pra quem quer fazer intercâmbio, tem muita coisa que so você pode fazer. E pra mim, procrastinadora oficial, era sempre uma emoção. Email que tinha que responder e eu esquecia, formulario pra preencher, documentos, bla bla bla. So tive realmente certeza que estava tudo certo três dias antes de vir, quando estava com o visto em mãos. Se for pensar mesmo, a ficha so caiu na fila do check-in.
Mas tudo deu certo. Mala quebrada, francês maaaais ou menos (pra menos), mal conhecia alguém daqui. Mas deu tudo certo.
Como ja falei no primeiro post (esse aqui), teve semana de recepção pros estrangeiros, pra começar a se familiarizar. Depois, os veteranos brasileiros também foram "guiando" a gente. Churrasco de boas vindas, bouffes (jantas), manual dos bixos, tudo preparado pelo Club Brésil (pronto, Bruno, toda a propaganda ta ai).
A verdade é que vim pra ca pensando "vou me integrar com franceses, conhecer a cultura deles, falar muito francês". E no começo, tava empenhada até. Mas não tem jeito. Acabei ficando muito amiga de alguns brasileiros aqui, e mesmo aqueles com quem não tive muito contato sempre foram muito queridos (até to pegando umas girias do Sul, e, infelizmente, ja me peguei chamando brigadeiro de negrinho, mas isso tem cura).
Conheci pessoas incriveis. Muito diferentes ou muito parecidas comigo, cada um à sua maneira. Inevitavelmente, criei um problema pra mim que é querer morar agora em tantas partes do mundo, juntar todas as pessoas queridas em uma cidade, em um quarteirão, se possivel. Da saudade daqueles que ja faz tanto tempo que não vejo (e terei uma dose homeopatica semana que vem e vou apertar tanto). Da saudade dos que ja foram. Da saudade dos que vão. Da saudade dos que ficam. E ai, como faz?
No fim, contato com franceses mesmo, foi bem pouco, e ainda fooi mais com franceses abrasileirados. Mas agora deve mudar bastante isso, trabalhando.
Bom, vir pra ca mudou o jeito como eu vejo a Poli. Me fez pensar muito no que farei quando acabar. Me deu novas perspectivas das possibilidades futuras.
Tambem me fez sair, ainda que um pouquinho, da tão famosa zona de conforto. Tive que abrir conta em banco, pagar aluguel, resolver problema de burocracia. Fiz matérias que não tinham nada a ver e fiz matérias muito interessantes. Inventei um monte de pratos (o Bruno estava certo).




Lyon é uma cidade demais. As coisas funcionam. E bonito. Da pra passear, pegar uma bicicleta e ir até o parque, ver pessoas diferentes o tempo todo. No fim de semana da Fete des Lumières, que pretendo falar mais um outro dia, a cidade inteira se encheu de luzes, projeções. Apesar de a Europa inteira ter resolvido vir e estar claustrofobicamente impossivel, foi impressionante.
Ecully tem até o seu charme, de cidadezinha pequena, com faixa etaria, digamos, avançada.
Morro de saudades de São Paulo, com todos seu problemas, bonita do seu jeito.
E agora?
Agora, Paris. Cinco meses de Paris. As duas malas viraram três e meia. Conheci um monte de lugar bonito, diferente. Ainda tenho muitos outros a conhecer também.
E, por enquanto, é isso.
Centrale, um beijo.
E pra vocês, um beijo no coração.

E um pouco sobre os que fizeram um quarto de 18m2 ser um lugar a se viver:
Minha amiguinha de estar sempre perdida. Desde a Poli, a gente ja era meio parecida e não sabia. 
-Viu que precisava ter mandado aquele email?
-Que email?
E ai foram jantas, e passeios por Lyon, e festas e vinhos e compras e aulas sobre pneus, e crises, e enfim.
Minha amiguinha de me dar broncas quando eu preciso, e de comer toda minha Nutella, e de me confortar quando batia a crise e vice-versa, e de fazer esporte (ela, não eu), e de viagem, e diva, sempre diva.
Minha amiguinha de ir pra Paris, e de reclamar que to sempre atrasada, e de crises também (pois é, tiveram crises, mas parece que foram muitas mas não foram. Mas elas - amiguinhas, não crises - sempre estavam la), e de festas e de falar muita besteira e comer pastel.
O que me chama tipo o tempo todo de gorda, e que reclama o tempo todo das gorduras que eu consumo - apesar de adorar comer nuggets, e que, com certeza, sempre esteve nas minha crises, e é fofinho e faz toda a diferença o tempo todo.
O (ex)presidente que faz as piores piadas do mundo, e ama comer e me culpa por isso, e que tem um trato comigo.
O que tenta melhorar meu gosto de filmes e musica, apesar de ser um caso perdido, e que é sempre fofo e sempre abaixa a baixa estima.
As minhas amiguinhas de tomar chimas (de novo, elas, não eu), e de comer negrinho, e jogar truco de flor.
Os franceses mais brasileiros.
Meu brother de connemara. 
Meu irmão de parrainage e de dobradura de borboleta.
Meu vizinho salvador de emprestar impressora e receber meu correio.
Os colocs que ja me aguentam por tempo infinito.
O que me salvou quando eu cheguei com uma mala de uma rodinha.
A marraine de coração.
A que me recebeu quando eu cheguei e não conhecia absolutamente ninguém.
O que sempre traz o frango.
O vizinho que compartilha vassoura e não usou uma unica vez.
Todos os companheiros de soirees e bouffes e jantas não programadas.
Merci à tous! 
Bouffe
Quase todos
3As finas
Quase todos - so falta a Patty):
A melhor soiree
Amiguinha querida
Diva
Selfies no zoologico

Primeira janta

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